Não é só uma “brincadeira de criança”.

Drialli Dalazen
Drialli Dalazen

O primeiro dia de aula no colégio novo chegou, tudo novo inclusive as expectativas. Já no primeiro dia você percebe algo acontecendo, mas não entende direito. No segundo dia ouve risadas pelos cantos, colegas falando baixo e apontando, tenta se aproximar das pessoas sem muito sucesso. Passa um tempo e você recebe um apelido pelo seu tipo físico. Aquilo vira rotina, você perde a vontade de ir ao colégio, suas notas caem. Finalmente cria coragem e conta pra alguém, essa pessoa diz que é só “brincadeira de criança”.

Isso está longe de ser brincadeira, isso é bullying. Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.

A presença de casos de bullying em escolas brasileiras aumentou de 5% para 7%, segundo pesquisa do Ministério da Saúde e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizada com contribuição da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP), da Universidade de São Paulo (USP). O levantamento apontou ainda que 20,8% dos estudantes já praticaram algum tipo de bullying. A prática do bullying não tem apenas um motivo, tem vários. Para 18,6% dos pesquisados, o bullying ocorreu devido à aparência do corpo, seguido da aparência do rosto (16,2%). Casos envolvendo raça ou cor representam 6,8% dos relatos, orientação sexual 2,9%, religião 2,5% e região de origem 1,7%.

Para a psicóloga Danielle Zeoti, o bullying pode ser considerado uma doença. “É um comportamento alterado, típico de uma patologia e aquele adolescente que sente prazer o sofrimento do outro e deliberadamente provoca o sofrimento no outro precisa de ajuda porque isso pode ser sintoma de alguma doença que está em instalação ou de algo já instalado, como um transtorno de conduta”.

Eu comecei esse texto com um relato, para que quem lesse pudesse se imaginar no texto, afinal é mais difícil entender algo que você não vive ou não viveu. Preste atenção se esse tipo de situação acontecer com alguém, não ignore, não minimize a sua importância. Estudos mostram que a melhor forma de combater esse tipo de prática é através da conscientização das crianças desde pequenas. Converse com seus filhos, alunos, explique que todos merecem ser tratados com respeito, isso fará diferença na vida deles e na vida de outras pessoas. Diga não ao bullying.

Por: Drialli Dalazen – Publicitária

*Coluna publicada no jornal “O Celeiro”, edição 1445 de 08 de Setembro de 2016.

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