Atualmente, fala-se muito sobre os cuidados paliativos e a sua importância para o paciente em fase terminal, pois é um cuidado que assiste o indivíduo e seus familiares, no sentido de proporcionar uma melhor qualidade física e psicológica frente ao processo de morte.
A morte estará sempre presente enquanto houver vida, pois faz parte de um processo natural do desenvolvimento humano. Se tratando das imposições advindas do câncer, busca-se avaliar também como as modalidades de tratamento oncológico podem afetar a vida do paciente, levando-o a perdas psicossociais significativas, pois o câncer é percebido como uma doença que leva inexoravelmente à morte, acompanhada de dor e sofrimentos intoleráveis (Kovács, 2003, p. 267).
Ao se depararem fora dos recursos de cura, os pacientes oncológicos são enredeados por um processo em busca de um significado entre viver e o morrer. Ao se encontrarem frente a essa nova realidade, o medo eminente da finitude da vida faz parte dos processos psicológicos, podendo aumentar o nível de angústia e desespero. Por esta razão, o enfermo deve ser respeitado como um ser humano singular e que precisa ser acompanhado até os momentos finais da vida, vivenciando assim, uma maior sensação de amparo e conforto.
Tratar do doente com câncer e principalmente do paciente fora de possibilidades de cura, bem como o enfrentamento, frustrações e o controle dos sintomas, requer uma maior assistência nas dimensões físicas, psicológicas e sociais. A psico-oncologia propõe ações psicoterapêuticas que viabilize uma qualidade no morrer, de maneira mais digna, íntegra e dinâmica, que potencialize seus recursos intrapsíquico no enfrentamento de hospitalização, tratamentos e da própria elaboração da terminalidade.
Embora havendo diferentes paradigmas sobre a cura do câncer, tanto a psico-oncologia, quanto os cuidados paliativos priorizam a qualidade de vida do paciente e, portanto, tem como princípios básicos o cuidado integral e o respeito à autonomia do paciente em relação a sua terminalidade.
Por essa razão, se faz necessário uma profunda reflexão a respeito da morte enquanto fato em si, pois é algo que não pode ser descrito, mas que pode ser pensado e desenvolvido emocionalmente. Por isso, subscrevendo Oliveira (2002, p.62) “a aceitação da morte constitui certamente um dos maiores sinais de maturidade humana, daí a necessidade duma educação sobre morte, duma arsmiriendi, porque a morte, paradoxalmente, pode ensinar a viver”.
Por: Dayse Layanne C. da Silva – Psicóloga CRP 12/15518
Núcleo de Psicologia Campos Novos
Artigo publicado no jornal “O Celeiro”, Edição 1499 de 05 de Outubro de 2017.