Especial Celeiro: Adeus ano velho, feliz ano novo

2017 está findando e como você vivei este ano?

Nessa época do ano é muito fácil perceber que as pessoas começam a mudar o ritmo de trabalho, algumas já estão pensando nas férias, outras pensando nas festas, já outras apenas refletindo que mais um ano chegou ao final. O ano novo chegará em alguns dias, com ele novos planos, novos projetos, novas metas e muita expectativa para recomeçar e fazer melhor. Promessas e planejamentos, muitos deles em vão…Quantas promessas você se fez no ano passado? Quantas delas você cumpriu? O que você tem feito? Ou melhor, o que de bom e de bem você tem feito?

Flavia Darold e Ana Julia Chiochetta

Para refletir sobre estas e outras questões nossa reportagem ouviu as psicólogas Flavia Darold (CRP 12/09196) e Ana Julia Chiochetta (CRP 12/15515). Para Flavia Darold a primeira pergunta é: Como você se cuidou em 2017? “A gente gostaria de lembrar que é necessário viver de forma responsável porque quem conduz a nossa vida somos nós mesmos. Muitas vezes tendemos a colocar a culpa no contexto, na crise, nos problemas e não ter a responsabilidade para si, pois temos escolhas e estas escolhas suas consequências. Então é preciso dedicar um tempo para você, para o que você gosta e ficar perto de quem você ama. Você fez isso em 2017? Se a resposta for não, coloque como prioridade para 2018, esse reinvestir na vida. A gente às vezes faz poucos movimentos de investir para ter o retorno. É muito importante reinvestir na vida, dar e receber amor, respeitar e ser respeitado”.

O respeito a si mesmo é o primeiro passo, conhecer seus limites e aprender a dizer não. “As pessoas para agradar o outro passam do seu limite e isso é muito desgastante. Temos muita dificuldade em dizer não, mas é importante, é valioso não só para si, mas também para o outro”, observou Flavia.

Estabelecer prioridades

Com a proximidade do Natal, a correria aumenta, mas na maioria das vezes este movimento intenso não satisfaz o seu coração. Para a psicóloga Ana Julia Chiochetta, é preciso priorizar o que é importante para cada um de nós nesta confraternização. “O que é importante para mim neste Natal, porque eu faço todo esse movimento? O que é prioridade, é estar com que eu gosto? E quem são estas pessoas? Eu penso que o menos é mais, é ter tranquilidade, estar em paz e com quem você ama. Ter momentos de reflexão, ir além do consumismo, viver deste espirito de Natal, de união, compaixão, ajudar o próximo e resgatar a simplicidade. O presente é a presença, é estar presente. A gente coloca tanta coisa na frente, as compras, a ceia, o almoço e esquece que a presença é o maior presente”.

Muitas vezes nos questionamos como as coisas seriam se tivéssemos agido de uma maneira diferente em determinada situação. Será que o resultado teria sido outro? Será que poderíamos ter evitado certa consequência ruim que nos tenha alcançado? Natal também é autoperdão, afirma Flavia Darold. “O Natal também é um convite para o autorperdão, pois muitas vezes carregamos culpas e decepções com esse nosso eu. É preciso perdoar a nós mesmos pelos sonhos que não aconteceram e pelas frustrações e os fracassos. Compreender que é vida é perder e ganhar, pois esses dois pesos são inseparáveis, um não anula o outro, eles se complementam. As pessoas sofrem muito com as pessoas que vão e as coisas que não acontecem. Então vamos atender a este convite neste Natal e tirar esses sentimentos de dentro de si, nos autoperdoar”.

Autoconhecimento e as promessas

O autoconhecimento é importante para que se estabeleçam metas e estratégias certas para a realização. É preciso que as promessas para o novo ano sejam possíveis de serem alcançadas. Para isso a estratégia traçada é tão ou mais importante que a meta estabelecida. “2018 eu quero mudar e por aí vai, são tantas e tantas promessas. Em primeiro lugar você tem que ter uma intenção clara, o que quer de fato fazer. Saber se esta mudança será boa para você e que talvez seja preciso mudar hábitos para que o objetivo seja alcançado. Tem que deixar as coisas fluírem, fazer renúncias e deixar para trás o que te impede de avançar. Para isso é preciso o autoconhecimento, que pode ser conquistado por meio de terapia, por exemplo. É por meio do autoconhecimento que desenvolvemos o amor próprio e fortalecemos a nossa autoestima, nos faz ver que nós somos responsáveis pelo que acontece na nossa vida, o que a gente vê no outro é sempre o temos dentro de nós mesmos”, observou Ana Julia.

Para que suas metas não fiquem nas promessas, Flavia Darold dá algumas dicas. “É muito importante dividirmos nossas metas em áreas. A questão profissional o que eu quero, de relacionamentos, questão financeira, emocional e de personalidade também. Depois de definirmos estas metas, é importante estabelecer um parâmetro do que eu vou fazer para alcançar cada uma delas, porque senão ficamos muito distantes dos nossos objetivos, ou seja, eu quero isso, mas não saio da minha zona de conforto. Não estabeleça metas universais ou coletivas, mas sim individuais, pois cada pessoa é única. É preciso não só alcançar resultados, mas desfrutar do caminho”.

“Sonhar grande, dar um passo de cada vez, celebrar as pequenas conquistas durante a busca das metas estabelecidas e ter gratidão”, são dicas da psicóloga Ana Julia.

A prática da resiliência

Flavia Darold também deixou um convite aos nossos leitores a praticarem e resiliência. “Convidando as pessoas a pensarem em como desenvolver essa habilidade, que pode ser treinada ao longo da vida. Vamos treinar nosso olhar? Essas resiliência nada mais é do que a forma que a gente age ou reage nas situações de crise ou de estresse, que vivemos o ano todo. É a capacidade de olhar as coisas com mais flexibilidade, de pensar mesmo em meio ao caos e estabelecer estratégias em meio aos problemas, porque as crises nos mostram oportunidades. E além de tudo é agir com otimismo, é preciso acreditar que vai dar certo, é preciso ter esperança. As pessoas resilientes sempre vão ver as crises como oportunidades, como ganhos verdadeiros”.

*Reportagem publicada no “Caderno Especial de Natal” do Jornal “O Celeiro”, Edição, 1510 de 21 de dezembro de 2017.

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