Faesc faz avaliação do ano e apresenta os setores que terão destaque em 2018

Presidente da Federação, José Zeferino Pedrozo, aposta no setor leiteiro como uma das áreas produtivas mais promissoras para o próximo período.

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), com apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), reuniu em São José, na Grande Florianópolis, aproximadamente 700 pessoas, entre dirigentes, produtores e empresários rurais, para debater temas ligados ao agronegócio. O presidente da Federação, José Zeferino Pedrozo, fez um balanço do setor ao longo deste ano, além de apresentar as projeções para 2018.

Pedrozo definiu 2017 como um ano dentro dos padrões de normalidade na produção agropecuária em Santa Catarina, mas com registro de queda no preço pago ao produtor. Ele explica que os bons números de safra acabaram compensando a redução acentuada nos valores das commodities. “Milho, soja, arroz, o setor de grãos de maneira geral, ficou abaixo quanto à expectativa de valores. O que compensou foi a produtividade”, disse o presidente.

Segundo dados da Federação, a safra 2017 registrou 237 milhões de toneladas de produção agrícola. A estimativa para 2018 é de que esse número não ultrapasse a casa dos 220 milhões de toneladas.

Foco para 2018

José Zeferino Pedrozo,

Um dos setores produtivos mais importantes do Estado, e consequentemente um dos mais atingidos com a queda de preços pagos ao produtor, é o de produção leiteria, responsável na maioria dos casos por uma fatia considerável da renda do produtor rural. Pedrozo atribui essa redução de valores ao ciclo natural de mercado, que registrou uma queda significativa do consumo do produto. Ele explica que a população perdeu poder de compra durante um determinado período, o que fez com que diminuísse o consumo de alguns itens, entre eles, o leite e seus derivados.

Isso fez despertar a busca por novos mercados para a exportação de leite. Neste cenário, o presidente da Faesc destaca que Santa Catarina possui algumas vantagens em relação a outras regiões produtivas, como, por exemplo, o status de Estado livre de febre aftosa sem vacinação. Com isso, diz ele, é possível conquistar mercados mais exigentes, mas que também acabam remunerando melhor o produto.

Em Santa Catarina, o setor leiteiro dá indicativos de crescimento. Há cerca de 10 anos, o Estado ocupava a oitava posição no ranking de produção de leite. Atualmente ocupa o quarto lugar neste mesmo índice.

Apoio ao Setor

Para melhorar a qualidade do leite catarinense e alcançar mercados mais promissores, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina está promovendo diversas ações de apoio ao setor. Destaque para a implantação de nove laboratórios para exames veterinários, com investimentos na ordem de R$ 150 mil. As unidades estarão distribuídas em todas as regiões onde há produção.

Com a medida, explica Pedrozo, será possível uma maior agilidade para diagnosticar doenças como brucelose e tuberculose, considerados os maiores problemas que atingem o rebanho de gado leiteiro. Além de tornar o processo mais ágil, haverá também uma redução significativa nas despesas pagas pelo produtor. Um procedimento que custa em média R$ 140 poderá ser feito pela Faesc por cerca de R$ 7.

Carência de Produção

Outro setor que vem passando por um momento delicado nos últimos anos em Santa Catarina é a produção de milho. Segundo o presidente da Faesc, há uma carência do produto no Estado, gerando a necessidade de importação do grão de outras regiões e países. Isso, diz ele, resulta num custo mais elevado ao produtor rural que usa o produto como matéria-prima na produção.
Pedrozo atribui este cenário a duas questões. A primeira deles é o fato de que outras culturas têm se mostrado mais interessantes economicamente. É o caso da soja, uma cultivar mais econômica no plantio e mais resistente às secas. O segundo ponto está relacionado ao fato de que 30% da área plantada de milho estão sendo usados para a produção de silagem, que serve de alimento para o rebanho leiteiro durante os meses de inverno.

Santa Catarina já chegou a registrar uma área plantada de 800 mil hectares de milho. Atualmente, este número fica em torno de 300 mil hectares. Na avaliação de Pedrozo, é preciso inevitavelmente melhorar a infraestrutura de transportes no Sul do país para não prejudicar ainda mais o setor produtivo que depende do cereal para atividades como avicultura, criação de suínos e gado leiteiro.

O dirigente defende o uso de ferrovias, prioritariamente atravessando os Estados Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, em conjunto com outros modais, como o rodoviário. “Porém, infelizmente, não acredito que isso vá acontecer num curto espaço de tempo” diz ele.

José Zeferino Pedrozo assumiu na semana passada  na o posto de vice-presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

*Reportagem publicada no jornal “O Celeiro”, Edição 1509 de 14 de dezembro de 2017.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui