Saiba mais sobre infecção nos ossos

O problema é motivo frequente de internação e pode causar risco de vida.

Joaquim Reichmann

O diagnóstico adequado, preciso e rápido é fundamental para minimizar complicações. Estamos falando das infecções nos ossos, denominadas osteomielites – problema provocado por microorganismos como bactérias ou microbactérias e fungos. Os sintomas incluem dor, inchaço, vermelhidão, calor local e febre.

O médico ortopedista e traumatologista Joaquim Reichmann explica que as bactérias chegam nos ossos quando as barreiras de proteção são rompidas (pele, cápsula articular e periósteo). Isso ocorre normalmente em consequência de um acidente ou cirurgia. Também podem aparecer por meio de infecções distantes quando o microorganismo viaja através do sangue e por invasão de infecção vizinha. Os ossos que tem próteses articulares possuem maior risco de se infectar, pois é necessária uma quantidade menor do microorganismo para causar a infecção.

Segundo Reichmann, o diagnóstico é feito por meio de história clínica, exame físico, exames laboratoriais, exames de imagem e culturas. As culturas são fundamentais para planejar o tratamento, já que identificam o germe causador da doença.

O tratamento é feito com o uso de antibiótico – inicialmente por via endovenosa, complementado com medicação oral monitorada pelo resultado das culturas ou cirurgia que deve drenar abscesso, colher culturas e retirar todo o osso infectado. “O tratamento associado com antibióticos e cirurgia é muito eficiente, porém é fundamental iniciar o quanto antes”, alerta Reichmann.

Caso o tratamento não inicie na fase precoce podem ocorrer diversas complicações. A principal é a cronificação da infecção e a sua recidiva que pode acontecer mesmo após anos sem sintoma. Também pode haver deformidades e a falta de consolidação de fraturas (pseudoartroses).

Vitamina D é essencial para saúde muscular e dos ossos

A saúde dos ossos depende muito dos hábitos alimentares e outros fatores do estilo de vida e, assim como o cálcio, a vitamina D é essencial para manter a composição muscular e óssea saudável.
Segundo Joaquim Reichmann, para que os ossos sejam fortes, é fundamental que os músculos estejam saudáveis. A vitamina D é um dos fatores essenciais neste processo, pois é responsável por carregar o cálcio para dentro do osso. Além disso, representa um fator determinante para aumentar ou manter a massa muscular.

O médico salienta que a vitamina D está presente em alimentos como ovos, queijos gordos, óleo de peixe, entre outros. No entanto, alerta que não é fácil alcançar as recomendações diárias somente com alimentação e, por isso, a exposição solar é importante. “O problema é que dificilmente as pessoas se expõem ao sol sem a proteção de um filtro solar e, por isso, é frequente a insuficiência ou até mesmo a deficiência de vitamina D”.

O médico ressalta, ainda, que a ingestão de cálcio por meio de alimentos ou suplementos ajuda a manter os ossos fortes por mais tempo. O leite e seus derivados (queijos e iogurtes) são as melhores fontes alimentares de cálcio e devem ser ingeridos diariamente. “Mas somente o hábito de tomar leite ou ingerir cálcio com vitamina D não basta. Para que ele não seja eliminado, necessitamos também de fixadores do cálcio (alendronatos e residronatos)”, justifica Reichmann.

Evitar alguns hábitos como o fumo, bebidas alcoólicas e café, além de adotar medidas como a prática de exercícios físicos diariamente e exposição no sol durante 10 a 15 minutos pela manhã contribuem para manter a saúde dos ossos e músculos.

Ossos

Para compreender a importância do cuidado à saúde óssea e muscular, é necessário conhecer um pouco mais sobre a função de cada um deles. O osso é definido por uma estrutura formada por tecido ósseo, ou seja, um tipo de tecido conjuntivo rígido marcado pela presença de cálcio, fibras de colágeno e proteoglicanas. Estes órgãos se unem aos demais por articulações para formar o esqueleto do corpo. Entre suas diversas funções estão a sustentação dos tecidos moles, proteção de órgãos, mobilidade, armazenamento e liberação de minerais na corrente sanguínea, produção de células do sangue e reserva de energia (triglicérides). Já, os músculos são os tecidos responsáveis pelos movimentos, tanto os voluntários, com os quais há interação com o meio ambiente, como os movimentos dos órgãos internos – o coração ou o intestino, por exemplo.

Fonte: MB Comunicação

*Reportagem publicada no Jornal “O Celeiro”, Edição 1511 de 11 de Janeiro de 2018.

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