APAE realiza Semana Nacional da Pessoa com Deficiência

Através de palestras e encontros a associação visa sensibilizar as famílias e sociedades sobre o tema

A associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) promoverá a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla que acontecerá de 21 a 28 de deste mês. A APAE de Campos Novos promove esta semana especial há mais de 40 anos, tempo em que atua no município, seguindo o calendário da Federação das APAEs em todo o pais. O tema deste ano é ‘Família e pessoa com deficiência, protagonista na implantação de Políticas Públicas’ e tem como meta sensibilizar e levar a reflexão às famílias e a sociedade sobre os temas pertinentes as questões das pessoas com deficiência. O diretor da APAE Campos Novos, Luiz Augusto Souza, afirma que a família, a sociedade e as entidades precisam continuar a luta em defesa dos direitos dessas pessoas que sofrem preconceito, inclusive dentro de casa.

Apesar dos avanços conquistados, as pessoas com deficiência ainda precisam vencer muitos obstáculos para que sejam inseridas na sociedade e sejam tratadas sem preconceito. Em Campos Novos, assim como em outros municípios, muitas pessoas com deficiência se deslocam apenas de suas casas para as APAEs, e não tem mais nenhuma atividade, de acordo com Luiz Augusto, esta situação deve ser mudada, mas para isso é preciso haver uma conscientização e uma busca por uma mudança. “A pessoa com deficiência tem que ser vista como um cidadão de direito, que seja incluída na sociedade, e seja inserido no mercado de trabalho, mas ele precisa de alguém ajudando e exigindo esse tratamento de igual para igual. A família hoje precisa, junto com a entidade, estar efetivamente lutando por isso”, diz.

Este avanço tem que vir não apenas da sociedade e do poder público, mas também de dentro de casa, os familiares precisam mudar seu conceito que se a pessoa possui algum problema físico, motor ou intelectual, mesmo com limitações, estas pessoas podem alcançar certa autonomia. “Às vezes a família recebe um diagnóstico médico de que o filho tem uma síndrome, uma deficiência intelectual e acaba pensando que esta pessoa não vai evoluir, não vai se desenvolver, não vai conseguir trabalhar, nem ir para o ensino regular, isso não é verdade. Elas podem vir a evoluir e alcançar independência para realizar algumas atividades, prova disso é o fato de que hoje é possível encontrar nas empresas de Campos Novos, pessoas com deficiência trabalhando. Atualmente a APAE atende 93 pessoas e 8 estão inseridas no mercado de trabalho.

O diretor relata que tem acompanhado a trajetória de alguns deficientes e da relutância de suas famílias em aceitar e permitir que estes sejam indicados para o mercado de trabalho achando que estes não são capazes de trabalhar. ”Quando uma empresa solicita um funcionário especial, nós ligamos para a família, e por meio da nossa equipe nós tentamos mostrar que o filho delas é capaz de ser inserido. A APAE realiza um trabalho de treinamento e acompanhamento mesmo na empresa para que as pessoas com deficiência possam ser empregadas com um mínimo de qualificação. Nesta semana especial, os familiares participarão de palestras que visam alertar e conscientiza-los sobre a importância de dar apoio aos filhos especiais.

Apesar dos percalços no caminho a APAE comemora as conquistas já alcançadas, o diretor relembra que por meio dos esforços empreendidos, já foram aprovadas várias leis, como a lei n° a lei 8.213/91 que prevê as cotas para deficientes, obrigando as empresas a contratar pessoas com deficiência. “Foi uma conquista muito importante, aqui em Campos Novos já conseguimos, ha mais de 13 anos, contratar pessoas com deficiência”, diz. Mas a luta continua, e a por meio de ações como esta Semana Especial a esperança é que a visão que se tem das pessoas com deficiência seja mudada no âmbito familiar, na sociedade e pelo poder público. “Estamos pensando em mais oportunidades para eles. Ainda há situações e limitações que complicam a vida das pessoas. O objetivo maior é fazer com que as famílias e a sociedade entendam o que o deficiente precisa”, conclui Luiz Augusto.

*Reportagem publicada no jornal “O Celeiro”, Edição 1543 23 de Agosto de 2018.

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