Intoxicação por chocolates em cães

Alexandra Niec

Diversos alimentos que fazem parte da alimentação dos seres humanos não devem fazer parte da dieta dos cães, dentre eles estão o café, a cebola, o alho e o chocolate, sendo este último o responsável pela maior parte das intoxicações alimentares em cães.

Compondo o chocolate estão carboidratos, aminas biogênicas, neuropeptídeos e metilxantinas (cafeína e a teobromina), com o problema residindo exatamente nessas últimas.
A teobromina, que é encontrada no chocolate em quantidade bem superior a cafeína, é a mais perigosa para os cães, sendo que a quantidade dessa substância aumenta de acordo com o teor lipídico do chocolate, sendo maior em chocolates amargos. Contudo, a cafeína, embora seja encontrada de 3 a 4 vezes em menor quantidade no chocolate do que teobromina, também contribui para o quadro de intoxicação.

As manifestações clínicas podem surgir concomitantemente ou de forma isolada, tipicamente dentro de 6 a 12 horas após a ingestão de chocolate, podendo persistir por até 3 dias, e inclui diarreia, vômito, polidipsia, poliúria, excitação, tremores, taquicardia ou bradicardia, febre, respiração acelerada, convulsão e coma. Em alguns casos, também pode ocorrer hemorragia intestinal, dentro de 12 a 24 horas após a ingestão de chocolate.

A dose tóxica varia de acordo com o porte físico do animal, a sensibilidade do animal à teobromina e também com o tipo de chocolate que é ingerido. Contudo, se um animal de cerca de 2 kg ingerir uma barra de chocolate ao leite de 120 g, isso pode ser letal. Em um cão de porte maior esta dose pode não ser fatal, mas pode levar a manifestações gastrointestinais e/ ou até neurológicas.
Não há um tratamento específico para a intoxicação por chocolate, sendo feito somente tratamento suporte. O correto é levar o animal o mais rápido possível ao veterinário para que o mesmo tome as medidas adequadas.

Outros alimentos que podemos evitar a fornecer para cães são:

Abacate que possui Persina uma substância nociva, que faz o abacate e o café seja um dos alimentos proibidos para cachorros, eles podem causar desarranjos intestinais no seu pet.

Não é recomendável também dar Uvas e passas pois podem causar insuficiência renal aguda. Outro alimento é a Macadâmia que In natura ou em biscoitos, nunca deixe seu cãozinho comer essa noz. Ela contém uma toxina desconhecida ainda pelos cientistas da área, mas que é capaz de afetar os músculos do animal, bem como os sistemas digestivo e nervoso dos cães. Há casos até mesmo de pets que sofreram com paralisia devido à ingestão de macadâmias.

Alho e Cebola, também representam perigo para os cães. O alho, por exemplo, pode causar irritação no intestino e no estômago dos cães, além de causar danos nas células vermelhas do sangue.

A cebola também é uma vilã devido a uma toxina chamada tiosulfato. Cachorros que ingerem esse alimento podem desenvolver anemia. O perigo é grande para o animal, independente se ela está crua, cozida ou desidratada.

Doces: Os doces, de forma geral, são contraindicados para os cachorros. Isso porque o açúcar pode causar obesidade no bichinho, além de provocar problemas dentais e até mesmo diabetes.

O risco não diminuiu quando se trata de doces dietéticos. Os adoçantes contém oxilitol, uma substância natural, mas que causa intoxicação imediata no cãozinho, provocando letargia, vômitos, perda da coordenação e até mesmo convulsões, dependendo da quantidade ingerida.

Cuide de seu cãozinho, dê sempre uma ração de qualidade e alimentos saudáveis.

Por: Alexandra Niec
Médica Veretinária – CRMV/SC 5056
Veterinária da Clínica Bicho Mania

*Reportagem publicada no jornal “O Celeiro”, Edição 1542 de 16 de agosto de 2018.

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