Um mal inevitável

Até podemos nos esforçar para diminuir a quantidade de lixo que produzimos, mas dificilmente vamos zerar essa produção. Diariamente, seja em casa ou fora dela, produzimos uma quantidade considerável de lixo. Diante deste fato o que está ao nosso alcance é dar o devido destino a sujeira que produzimos. E são resíduos de todas as ordens, pequenos e grandes, algums são reaproveitáveis outros não. Cada cidadão deve fazer sua parte em colaborar com a limpeza de seu ambiente, e o poder público também deve dar sua contrapartida para que haja cooperação mutua. Conhecer as leis sobre esse assunto nos permite cobrar e saber o dever de cada um.

A Lei 12305 de 2010 que regulamenta sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) dispõe sobre as diretrizes referentes ao gerenciamento de resíduos sólidos e a responsabilidade dos geradores e do poder público, e estabelece as pessoas que estão sujeitas a observância desta lei. Esta lei dá conta, inclusive, do lixo eletrônico, que até hoje muitos acham que pode ser descartado como lixo comum. Mas não é bem assim, o lixo precisa de classificação, alguns são mais tóxicos, outros levam mais tempo para se decompor, outros podem ser reaproveitados, e tudo isso deve ser levado em consideração na hora do descarte.

Percebe-se que há uma falta de critérios na hora de jogar o lixo, papel vidro, metal e plástico não são separados e vão todos para o mesmo destino. Faltam iniciativas que ensinem, as pessoas a fazer essa separação seletiva em casa, por outro lado o poder público não oferece os locais apropriados que incentive a população a aprender a importância de haver uma coleta seletiva. É um mau hábito cultural que deve ser mudado em parceria com a comunidade, administração municipal e empresas.

Se o lixo convencional já causa esta confusão, com lixo eletrônico é ainda pior. O Brasil se destaca como o país mais gerador de lixo da América Latina, estima-se que cerca de 1,7 toneladas de lixo eletrônico são descartadas e apenas 4% deste total é reaproveitado. Os números demonstram a falta de interesse em ações de educação, controle, e fiscalização para mudar esta realidade. A sociedade, as entidades públicas e privadas não podem fazer vista grossa e ignorar um problema que gera consequências para as pessoas e para o meio ambiente.

Não dá para subestimar os perigos que estão tão perto de nós. Celulares, computadores, televisores, lâmpadas, baterias e rádios em desuso podem conter inúmeros elementos químicos que se apresentam como vetores de doenças de pele, e outras doenças mais nocivas como intoxicação crônica, câncer e alterações neurológicas. A conscientização pode gerar atitudes responsáveis que demonstram respeito pela vida.

Por: Por: Priscila Nascimento
Jornalista

*Reportagem publicada no jornal “O Celeiro”, Edição 1543 23 de Agosto de 2018.

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