Com apenas 40% dos eleitores com cadastramento biométrico, sessões ainda terão urnas convencionais
Faltando poucos dias para as eleições de 2018 que irá eleger o presidente da república, o governador do estado, os senadores, deputados federais e estaduais, o Cartório Eleitoral de Campos Novos já está preparado para receber os 25.970 eleitores no dia 7. O cartório não registrou nenhum título cancelado. Este ano serão 25 locais de votações e 82 seções. Como em Campos Novos apenas 40% da população realizou o cadastro biométrico, as seções terão urnas eletrônicas convencionais e urnas para quem já tem o cadastro biométrico. Apenas nas eleições de 2020 é que todos os cadastros deverão ser feitos biometricamente. Portanto, mesmo quem já fez o cadastro deverá portar os documentos, RG e título de eleitor, caso haja algum problema nas urnas. Iniciado em 2008, o cadastramento biométrico, foi pensado para aumentar a segurança do pleito. Nas eleições deste ano, 87,4 milhões de eleitores (59,3% do total) serão identificados pela impressão digital na hora de escolher seus candidatos, o que reduz a chance de outra pessoa votar no seu lugar.
Quem está fora da sua zona eleitoral deverá comparecer a qualquer local de votação e justificar seu voto. Lembrando que se o eleitor ficar por três pleitos consecutivos sem votar ele terá o título cancelado, e terá que comparecer ao cartório eleitoral aonde o juiz analisará sua situação e poderá estabelecer multa para o eleitor faltante, que após isso terá o direito de votar estabelecido. Para quem está com tudo regularizado basta esperar o dia e comparecer a seção e cumprir com seu dever de cidadão. O chefe do Cartório da 7° Zona Eleitoral, Arthur Otto Niebuhr, aconselha que todos já venham de casa com sua colinha com a ordem e os números dos candidatos escolhidos, segundo ele, isso irá agilizar o processo de votação nas urnas. Os locais de votação serão abertos as 8h e fecharão às 17h, e a partir do horário de encerramento o cartório eleitoral estará divulgando as parciais da apuração dos votos.
Quem ainda precisa fazer o cadastramento biométrico, regularizar o título, ou tirar segunda via, terá que esperar o fim das eleições, pois os prazos estabelecidos pelo Tribunal Regional Eleitoral já se esgotaram. A partir da primeira semana de novembro é que será possível realizar esse tipo de ação, principalmente a questão do cadastro biométrico, pois esta é a última eleição que será feita sem a biometria. Quem não se atentar as datas previstas terá seu título cancelado automaticamente. A votação é um direito e também uma obrigação do cidadão brasileiro que se decidir descumprir esta lei será penalizado com multas e terá alguns outros direitos cancelados. A Constituição Federal, no artigo 14, parágrafo 1º, prevê que o voto é obrigatório para os cidadãos alfabetizados maiores de 18 anos e menores de 70 anos. Portanto, é importante que o eleitor cumpra com seu dever.
Muitos brasileiros acham que a votação deveria ser um ato facultativo, que não obrigasse o eleitor a ir as urnas escolher seus representantes políticos. Existem alguns países que adotam esse tipo de pleito, como os Estados Unidos. Mas se no Brasil ocorresse esse formato de votação, será que de forma consciente eles exerceriam este direito? Ou não fariam questão de ir até as urnas para escolher seu candidato? É comum ouvir reclamações referentes a essa obrigatoriedade que força o eleitor a votar, e só o faz porque pensa nas consequências depois. No entanto, ainda existe um público que pensa diferente, e acredita que o voto torna efetiva a democracia no país e fazem questão de participar nas decisões políticas.
Mas a decisão sobre votar ou não, muito se relaciona com a confiança que as pessoas têm nos candidatos. Quando elas acreditam que o candidato X é uma figura honesta e que vai fazer diferença, elas exercem o dever e o direito de votar de forma livre e espontânea. Já quando os candidatos não convencem, e não há uma identificação com as propostas, votar se torna apenas um dever. Nos últimos anos com a deflagração da corrupção no Brasil, a crença na política foi minada, fazendo com que a maioria dos políticos perdessem a credibilidade. Em enquete realizada pelo jornal O Celeiro, os eleitores de Campos Novos se mostraram divididos com relação a obrigatoriedade do voto, 49% escolheram o SIM, que votariam mesmo que não houvesse a obrigatoriedade, e 51% escolheram o NÃO, ou seja, que não votariam se não fossem obrigados.
*Reportagem publicada no jornal “O Celeiro”, Edição 1549 de 04 de outubro de 2018″.
