Conab prevê recuperação do milho e estima safra em 233,3 milhões de toneladas

Em Campos Novos a cultura recebeu destaque com a realização do Fórum mais Milho

A safra de grãos 2018/2019 deve alcançar a marca de 233,3 milhões de toneladas, mantendo-se como a segunda maior registrada na série histórica do país. O bom desempenho é impulsionado pela melhora da produção do milho na segunda safra do grão. Os dados estão no 6º levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira (12). Para a segunda colheita do milho, a expectativa é que a produção chegue a 66,6 milhões de toneladas, volume 23,6% superior ao registrado na safra passada. “Esse resultado é reflexo da maior área”, afirma o superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Cleverton Santana. “Com 80% dos grãos já plantado, os agricultores devem destinar 12 milhões de hectares para plantio ao invés dos 11,5 milhões de hectares da safra passada”.

O superintendente ressalta ainda que a produtividade deve melhorar. “A expectativa é que sejam colhidos 5.228 quilos por hectare, mas estamos trabalhando com dados estatísticos, uma vez que ainda não é possível aferir o desempenho do milho nas lavouras”. Por outro lado, a soja, responsável por cerca de 49% da produção nacional de grãos, terá uma redução de 4,9%, chegando a 113,5 milhões de toneladas. A quebra de safra prevista em 5,8 milhões de toneladas pode ser observada em importantes estados que cultivam a oleaginosa, como Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul e na região do Matopiba, principalmente na Bahia. Mesmo assim, esta é a terceira maior produção já registrada, chegando próximo ao volume total de soja produzidos pelo país na safra 2004/2005.

O feijão também apresentou produção menor na primeira safra. Com uma colheita de 987,5 mil toneladas, a queda pode chegar a 23,2%. Com menos produto no mercado, o preço da leguminosa está atrativo para os produtores, o que incentiva uma maior área plantada na segunda safra do grão, que poderá resultar em uma produção de 1,36 milhão de toneladas. O número é impulsionado pelo aumento do feijão tipo cores, que tende a crescer em 28% e, na variedade preto, alta de 20,9%. No caso do feijão-caupi a tendência é de uma queda de 6%, principalmente pela expectativa de redução da área cultivada em Mato Grosso.

No município, a Cooperativa Regional Agropecuária de Campos Novos – Copercampos, diz que a expectativa quanto ao milho também é positiva e que a safra seja superior ao ano passado. “A expectativa de recebimento é de 3,2 milhões de sacos de milho nesta safra. O volume é maior que na safra passada, que foi de 2,2 milhões, e isso é possível graças ao aumento de área nesta safra de 7 para 8 mil hectares e uma produtividade superior as melhores médias produtivas. Com cerca de 25% da área colhida na região, a produção é muito boa e nossa expectativa é de ter uma produção média de 200 sacos/60kg por hectare, então, agora esperamos que o clima colabore para a colheita desta safra de milho. No andamento das lavouras, o clima colaborou muito e com a tecnologia empregada em sementes e manejo, como a utilização da Agricultura de Precisão garantindo alta fertilidade do solo, a média de produção de milho de nossa região deve ser recorde, pois na safra 2016/17, obtivemos uma média de 180 sacos/ha em Campos Novos. Estamos contentes com a colheita das lavouras, mas nesta cultura, a segunda safra é que resulta no grande volume de produção, então, como aqui não temos essa possibilidade de plantio, desejamos que os preços sejam atrativos para que os associados obtenham boa rentabilidade com a cultura, afirmou Marcos Schlegel, engenheiro agrônomo, Gerente de Assistência Técnica Copercampos.

Área – A área semeada na safra 2018/2019 está estimada em 62,9 milhões de hectares e se confirma como a maior já registrada no país. O incremento esperado é de 1,9% ou 1,15 milhão de hectares em relação à safra passada.

Milho em Pauta

Recentemente Campos Novos sediou o Fórum Mais Milho que ganhou repercussão nacional. O evento deu enfoque a uma cultura que tem grande potencialidade na região, e teve como objetivo discutir a importância e os pilares da cadeia do milho. O presidente da Copercampos, Luís Carlos Chiocca, na ocasião levantou ideias com relação ao assunto, e uma delas é a criação de uma bolsa de comercialização do milho para que este tenha mais liquidez e para que a cultura seja mais atraente aos produtores. “O que acontece hoje? Se planta e não pode vender antecipadamente, como acontece com a soja. As agroindústrias não pagam, não fixam o preço, não tem uma bolsa que tenha liquidez para garantir a comercialização. Na soja pode vender a produção para 2020, 2021, isso é liquidez do negócio. O produtor quer segurança, e o milho não dá essa segurança para o produtor. Temos que pensar nisso. Temos que pensar na proteção do preço para o agricultor. É essa é nossa ideia no Mais Milho para que as autoridades pensem mais nesse sentido”, pontuou.

*Com informações: Conab

*Reportagem publicada no jornal “O Celeiro”, Edição 1569 de 14 de março de 2019.

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