Governo federal aplicou apenas 33,8% do orçamento para obras em rodovias de SC

Levantamento da indústria aponta que investimento está longe do projetado pela União. Obras em BRs estão ativas, mas em ritmo lento

As obras em rodovias federais que cortam Santa Catarina receberam, até julho, investimento de 33,8% do montante previsto pelo Orçamento Geral da União para 2019, segundo dados apurados pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc). O percentual representa a execução de R$ 223 milhões em obras de quatro rodovias, quando a previsão de investimento era de R$ 661 milhões. Segundo a Fiesc, o ideal seria o repasse de R$ 1,08 bilhão.

O baixo desempenho é fruto de cortes realizados pelo governo federal. A BR-470, por exemplo, não recebeu metade do recurso previsto. Na BR-280, o valor executado até aqui representa cerca de um terço do que era esperado. Para piorar, os cortes são feitos em cima de um orçamento que já é apertado.

A execução abaixo do previsto não surpreende. Segundo o gerente para assuntos de transporte e logística da Fiesc, Egídio Antônio Martorano, o orçamento, desde 2001, não passa de “uma promessa que nunca é cumprida”.

Nesta quinta-feira (15)o Fórum Parlamentar Catarinense vai se reunir com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) para pedir mais atenção às obras do Estado. Para Martorano, “não basta só colocar no orçamento, tem que fazer com que se torne realidade”.

“Nós temos grande preocupação. São obras grandes e nós temos monitorado o orçamento da União. Nós sabemos das dificuldades que o governo tem em repassar os montantes necessários, mas há perda de competitividade pela precária infraestrutura de transporte”, disse.

Na prática, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes em Santa Catarina (DNIT/SC) mantém ativas cinco obras, mas em ritmo aquém do necessário. São elas: a duplicação da BR-470 entre Navegantes e Indaial; a duplicação da BR-280 entre São Francisco do Sul e Jaraguá do Sul; a restauração da BR-285 em Timbé do Sul, a construção de nova faixa na BR-282 na Grande Florianópolis; e a restauração da BR-282 entre Chapecó e São Miguel do Oeste. A obra da BR-163 está em fase de licitação.

“O dinheiro que tinha disponibilizado praticamente a gente está finalizando todo o recurso. Precisamos suplementação para poder avançar. Se não tiver suplementação, nós somos obrigados a reduzir ainda mais a velocidade da obra”, disse o superintendente do DNIT/SC, Ronaldo Carioni Barbosa.

O problema principal é a falta de repasse do governo federal, aponta. “Temos R$ 250 milhões para a infraestrutura este ano. É muito pouco”, afirmou. “A velocidade hoje das obras é em função sempre da falta de recurso”.

*Informações: Rede Catarinense de Notícias

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