Baixa procura por vacina provoca surto de sarampo e preocupa OMS

Casos da doença triplicam em 2019 e acendem alerta sobre importância da imunização.

O mundo está enfrentando um surto de casos de sarampo que tem chamado a atenção e causando preocupação da Organização Mundial de Saúde (OMS), que emitiu um relatório apontando um aumentado de casos em relação aos anos anteriores. No ano de 2019 os casos triplicaram, e o motivo foi a baixa cobertura vacinal. Uma doença que pode ser facialmente combatida através da vacinação, tem encontrado brechas para ressurgir e causar pânico. No Brasil os casos também não são poucos, hoje o país registra 907 casos. O estado de Santa Catarina registra 17 casos confirmados, sendo que 10 deles aconteceram em Florianópolis. Em Campos Novos ainda não há casos registrados. O sarampo é uma doença respiratória extremamente contagiosa, que pode evoluir com gravidade. A transmissão ocorre de pessoa a pessoa por meio de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar. O contágio tem sido descrito por dispersão de aerossóis com partículas virais no ar, em ambientes fechados. É importante ficar atento aos sintomas da doença que são: febre, tosse, coriza, aparecimento de manchas vermelhas no corpo e olhos avermelhados. Apresentando os sintomas do sarampo, o paciente deve procurar atendimento médico imediatamente para que seja feito o diagnóstico e o tratamento da doença.

Os números atuais são significativos e causam grande preocupação, pois demonstram que o país baixou a guarda na prevenção do sarampo. No ano de 2016 o Brasil recebeu a certificação da OMS como país com o vírus do sarampo erradicado. Entre 2016 e 2017 nenhum caso da doença foi registrado e, talvez por isso, houve pouco caso para manter a cobertura vacinal. Com essa cobertura baixa, em 2018 foram surgindo os primeiros casos da doença no Brasil, isso porque o país recebeu um número grande de pessoas não vacinadas que contribuíram para o surto que segue até este ano. Cerca de 90% das pessoas sem imunidade que compartilham espaço com pessoas contaminadas acabam contraindo a doença. Qualquer pessoa, independente do sexo ou idade, pode ser acometida pelo sarampo caso não esteja imunizado, porém os grupos mais suscetíveis são as crianças, jovens e imunodeprimidos.

As complicações decorrentes do sarampo podem deixar sequelas ou mesmo levar a morte. A gravidade da evolução ocorre conforme a faixa etária do paciente, sendo que as crianças podem, em virtude do sarampo, ter também pneumonia, otite e encefalite aguda. Os adultos também podem, a partir do sarampo, ter pneumonia. No caso das gestantes, as que não são vacinadas podem ter um parto prematuro. É importante que, entre as mulheres em idade fértil, a vacina seja dada antes da gestação, pois é contraindicada durante o período gestacional. Em virtude dos riscos e para alcançar novamente o status de país erradicado é importante conscientizar as pessoas sobre a importância da vacinação. ] As vacinas que previnem o sarampo são a Tríplice Viral e a Tetra Viral. A Tríplice deve ser tomada aos 12 meses de idade, além do sarampo ela também protege a criança da caxumba e da rubéola. A Tetra deve ser tomada aos 15 meses de vida, sendo a ultima dose a ser tomada. Se alguém tiver tomado apenas uma dose ou não tiver tomado nenhuma, deve procurar uma sala de vacina e tomar as duas doses contra o vírus, obedecendo o intervalo mínimo de 30 dias. As vacinas são gratuitas e estão disponíveis em todo o estado.

*Reportagem publicada no jornal “O Celeiro”, Edição 1595 de 12 de Setembro de 2019.

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