Imagine que você pudesse voltar no tempo. Imagine-se há 50 anos atrás. Nessa época não havia nem metade das tecnologias que temos disponíveis tão facilmente na atualidade. Internet, celulares com câmeras, redes sociais são coisas contemporâneas. Naquela época o ser humano não tinha tantas distrações. Sem todos esses aparatos era possível se ater mais aos momentos e as pessoas presentes. Não havia concorrência entre seres humanos, máquinas e tecnologias.
Bem, o tempo passou, felizmente passou. A tecnologia deu passo largos, tão maiores que os passos dados pela humanidade. Enquanto as ferramentas iam surgindo, neste mesmo caminho os comportamentos iam se modificando. Cada vez mais a tecnologia foi moldando as ações do homem, tanto que parte da população vive refém dela.
Este editorial não é uma crítica ao movimento tecnológico vivenciado dia a dia, até porque essa evolução trouxe benesses para a humanidade que é até difícil de listar. O foco é alertar sobre um lado negativo de quem não sabe usar as ferramentas atuais: internet, celulares e redes sociais. O mais importante atualmente é registar o momento, e não mais aprecia-lo.
Quanto mais bonito, mais ostentoso e mais exótico maior o desejo de registrar, compartilhar e ganhar ‘likes’ nas redes. “Se não for para mostrar, melhor nem ir”. Registrar os momentos para relembrar na posteridade é ótimo, mas reviver na memória a agradável companhia de amigos e família e os momentos de descontração vivenciados é muito melhor. Não se prenda as ‘selfies’, ou as redes, aproveite sem ter que prestar contas para ninguém o quanto é feliz. Valorize mais quem está ao seu lado e menos as redes.
Neste período do ano muitos viajam outros ficam em casa com a família e com amigos. Tire quantas fotos quiser, mas lembre-se de viver o hoje e agora. Converse, dê gargalhadas, compartilhe experiências, conheça mais pessoas, conheça ainda mais quem você já conhece. Não desperdice momentos e pessoas em busca de visualizações e likes. Apenas viva o momento com intensidade e aproveite a vida!
Por: Priscila Nascimento
Jornalista
*Editorial publicado no jornal ‘O Celeiro’, Edição 1609 de 19 de dezembro de 2019.
