Suspeita de novos casos de raiva bovina reforçam necessidade de vacinação dos animais

Enquanto houver animais com sintomas suspeitos haverá riscos de mais perdas nos rebanhos

Após 30 anos sem registrar casos de raiva bovina, Campos Novos se preocupa com o retorno da doença na região. Após todos esses anos, em novembro de 2018 foi confirmado o primeiro caso no município. Servidores do Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) estiveram na região e realizaram um rastreamento para vistoriar 600 propriedades da região e promover a imunização, mas o que parecia ser um caso isolado, pode não ser. Recentemente novas mortes levantaram suspeitas de que mais casos de raiva esteja acontecendo, incluindo um caso que está fora da área considerada de foco. Enquanto houver animais com sintomas suspeitos da síndrome nervosa, há sérios riscos de que proprietários percam seus animais para a doença. Diante desta ameaça é urgente a necessidade de vacinação dos rebanhos da região no município e região. Somente por meio da imunização é possível proteger os animais. Até o fim dessa semana o laudo confirmará se os casos são de raiva bovina

Qualquer situação suspeita deverá ser analisada pela Cidasc para que haja uma confirmação precisa e para que sejam pensadas ações em prol do combate a doença. Além do caso confirmado, existem mais três que estão sob suspeita, que aconteceram na mesma região, e mais um que aconteceu em uma área que não era considerada foco. Para conter a possibilidade de novas suspeitas, o veterinário Fábio de Carvalho, responsável pelo Controle da Raiva dos Herbívoros da Cidasc, relatou que o cuidado vai aumentar, e que mais ações serão expandidas dentro do município, alertando que a vacinação é de grande importância para prevenção do animal e para que o proprietário não fique preocupado. “Desde o primeiro foco, já foram vacinados mais de 25 mil animais dentro da área do foco e em outras regiões do município. Precisamos aumentar e muito esses números”, alertou Fábio.

O veterinário explicou que o animal infectado com o vírus pode levar até seis meses para apresentar sintomas, sendo que após isso o animal morre em até 10 dias, porém o período médio é de 90 dias para isso acontecer. A raiva atinge o sistema nervoso do animal, nos bovinos um dos principais sintomas é a paralisia, e em alguns casos ele pode também demonstrar fúria. Geralmente os primeiros sinais que podem ser observados é o afastamento do animal do resto do rebanho, coceira na região da mordida, perturbação dos sentidos, indiferença, baba espumante e viscosa com sinais de engasgo, movimento desordenado na cabeça, tremores musculares e ranger dos destes. Ao observar o animal com sintomas compatíveis com a síndrome nervosa, o produtor deve evitar o contato direto, ou sem proteção, com o animal e avisar a Cidasc imediatamente, pois é órgão que tem os profissionais orientados para lidar com esse tipo de situação .

Em reunião ocorrida entre a Prefeitura de Campos Novos e a Cidasc ocorrida no final do ano passado, foi discutido e analisadas as possíveis ações para o controle e vacinação do rebanho, e a prefeitura ficou de dar o subsidio para o primeiro ano de vacinação, ou seja, as doses iniciais e o reforço anual. Segundo a Secretaria Municipal de Agricultura terão direito a vacina todos os produtores rurais que estejam dentro do raio de 12 Km com relação ao foco da doença.

Os principais transmissores dessa perigosa doença são os morcegos hematófagos, que através de sua mordida infectam o animal. O produtor rural precisa estar atento para proteger o rebanho deste tipo de enfermidade, pois a raiva animal não tem cura, e se não houver vacinação as mortes na propriedade podem representar grande perdas para o proprietário. Portanto, anualmente, eles devem providenciar a imunização por meio da vacinação. Além disso, a doença também pode afetar seres humanos, por isso é tão importante evitar contato com o animal. A raiva humana é uma doença viral, progressiva e mortal. Após atingir as células do sistema nervoso aos poucos ela alcança o cérebro, e se espalha para as demais partes do corpo humano, provocando um quadro de encefalite.

*Reportagem publicada no jornal “O Celeiro”, Edição 1564 de 07 de fevereiro de 2019.

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