Importância e longevidade dos jornais do interior

Com a ascensão da tecnologia houve quem acreditasse que os meios de comunicação impressa teriam seu fim decretado. Enganou-se quem pensou assim. A diminuição do jornal impresso foi perceptível, de fato, principalmente nas grandes metrópoles. Porém, nas cidades do interior o jornal ainda tem seu valor e importância para a sociedade. As pessoas ainda fazem questão de tê-los em mão.

No último fim de semana aconteceu, em Florianópolis, o 47° Congresso Estadual da Associação dos Jornais do Interior de Santa Catarina (Adjori/SC), evento que comprovou a força do jornalismo do interior. Jornalistas e empresários do ramo se reuniram para troca de experiências. Vários municípios se fizeram presentes, alguns compareceram com uma equipe de peso montada para construir e relatar os fatos das cidades do interior.

Além de estar ‘vivo’, o jornal também não está ultrapassado, ele se adequou aos novos formatos popularizados. As mesmas notícias que as pessoas folheiam no jornal, também podem ser lidas na tela do celular através dos portais de notícias e das redes sociais. O jornal do interior se reinventou e hoje pode ser encontrado em todas as plataformas. Ele uniu o novo e o velho e alcança todos os públicos, do mais novo ao mais velho. Inclusive o congresso teve como tema ‘A Inovação em Diferentes Plataformas’, pautado na necessidade de acompanhar as tecnologias.

De onde vem essa força e porque acreditar na longevidade dos jornais do interior? É inegável que parte disso vem do fato de o jornal impresso ser um registro palpável de acontecimentos e também do grande empenho dos profissionais envolvidos em manter vivo esse veículo. Mas inúmeros outros fatores contribuem para isso, como o fato deles destacarem os assuntos pertinentes a realidade do município, eles são locais e não globalizados. Dificilmente será possível saber os fatos do município num veículo nacional ou mesmo estadual.

Ainda outros motivos podem ser destacados para acreditar no jornal do interior. Uma professora de comunicação recentemente decidiu realizar uma pesquisa para seu doutorado sobre o estudo desses jornais. Com base em sua pesquisa, no qual ela entrevistou 3200 leitores de cidades do interior, ela concluiu que a vida dos jornais será ainda maior na região Sul devido aos hábitos culturais e nível de maior escolaridade da população. E outro fator interessante apontado por ela, é que até o clima frio estimula a leitura. No interior as pessoas também são mais reativas as denúncias noticiadas. Ainda, segundo ela, os jornais do interior são mais éticos por não exporem os nomes e rostos de acusados de crime.

Pelo visto a lista é imensa para que o jornal do interior se mantenha. Quem ganha com isso é o município e a população que terá ao dispor um material bem apurado sobre o que acontece ao seu redor, sobre a realidade daquela comunidade. Um jornalismo aonde as pessoas da localidade estarão inseridas.

Vida longa aos jornais do interior!

Por: Priscila Nascimento, Jornalista

*Editorial publicado no jornal “O Celeiro”, Edição 1593 de 22 de Agosto de 2019.

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